Eu acabei de terminar aqui um podcast de 3 horas e 42 minutos com o Kepano, que é o CEO do Obsidian.

Claro, eu não ouvi isso de uma só vez.

Normalmente eu ouço…

Normalmente não, acho que quase 99,9% das vezes que eu ouço podcast, eu ouço correndo.

Eu tenho lugares para fazer as coisas.

Eu corro, eu gosto de ouvir podcast.

Eu venho para o trabalho, eu vou para casa de metrô ou metro, como dizem aqui em Portugal, e eu gosto de ler.

Escrever, eu gosto de escrever em cafés.

Parece que tem uma conexão com o lugar.

Talvez isso valha um podcast um dia no futuro.

Mas esse podcast, você vai encontrar o link na descrição desse episódio, é sobre várias coisas.

Ele falou sobre muitos detalhes da vida dele e um pedacinho é sobre o Obsidian.

E é sobre isso que eu quero conversar hoje, sobre essa parte do Obsidian.

Mas eu adoro ouvir essas coisas.

Primeiro porque é gostoso ouvir quando eu estou correndo esse tipo de podcast, que é mais calmo, conversado.

Eu corro muito devagar.

Eu praticamente ando.

Minha competição não é com o tempo, é com a distância.

Eu quero conseguir correr cada vez mais longe.

Igual no filme do Forrest Gump, Run Forrest.

Eu me sinto assim quando eu estou correndo.

Eu quero aumentar a distância que eu corro, independente do tempo que eu faço.

Mas eu gosto de ouvir e acho que eu ouviria mesmo se eu não estivesse correndo.

Não gosto de pedir para IA fazer resumo.

Não gosto de ouvir em alta velocidade.

Faz parte da experiência.

E nesses casos, quando eu ouço algo assim, é interessante entender quem é a pessoa.

Ele é o CEO de um aplicativo que eu uso para guardar minhas notas, minhas memórias, minhas lembranças.

Uma pessoa que tem, vou colocar entre aspas aqui, mas é um poder mesmo de direcionar o aplicativo para onde ele quiser.

É como aconteceu com o Evernote, que era algo que tinha uma empresa fundada pelos criadores, dirigida pelos criadores, e de repente passou para novos CEOs, e de repente foi comprada por uma outra empresa.

E aí tudo mudou na empresa.

Então é interessante conhecer essa parte pessoal dessas pessoas, porque isso diz muito sobre o destino de um produto que eles coordenam.

No caso, o Obsidian.

E foi muito interessante porque a conversa foi sobre Obsidian, carpintaria, música, cozinha, todo tipo de coisa.

Muito interessante.

Gostei bastante.

De novo, você vai encontrar o link na descrição desse episódio.

Mas a conversa que eu quero ter hoje é sobre o que ele falou a respeito do Obsidian.

Eu não sabia disso.

Ele fazia skins, que são essas skins para…

Não sei quantas pessoas vão saber o que é o Winamp.

Nem sei se o Winamp ainda é uma coisa que se usa hoje em dia, mas o Winamp era um player para ouvir MP3, quando começou essa história do MP3.

E ele era bem basicão.

Era uma caixinha retangular e tinha os controles.

E tinham essas skins.

Você podia baixar essas skins para trocar o formato, o estilo do player.

Eu nunca fui muito fã de skins, então eu não tenho ideia.

Não sabia como se criava uma skin, onde baixava.

Eu sempre usei o básico.

Na verdade, eu gostava de um recurso que ele fazia ficar bem fininho e ficava bem no topo da tela do computador, porque ali eu podia ter os controles sem ele estar me atrapalhando, sem estar na frente de nada.

Então, para mim, sempre foi muito básico, muito light o meu uso.

Mas ele desenhava essas skins.

Ele disse que começou a fazer isso porque ele quis aprender.

Acho que era…

Não lembro qual era o programa que ele estava usando para fazer design.

Ele queria aprender o programa e aí ele começou a desenhar essas skins e algumas delas ficaram muito populares.

E é muito engraçado porque o host do podcast falou, eu já usei essa skin.

Não sabia que tinha sido você.

Mas o que tem isso a ver com o Obsidian?

Ele começou depois a desenhar essas melhores interfaces para o Obsidian.

Vamos chamar entre aspas de skins, temas para o Obsidian.

E aí começou a participar de outras coisas no Obsidian e foi assim que ele acabou se tornando o CEO do Obsidian.

Estou encurtando a história bastante aqui.

Mas é interessante ver a relação disso, né?

Você começa a fazer um trabalho com algo por prazer, por diversão, que não tem nada a ver com o que você imagina que vai ser o seu futuro.

Inclusive, ele era CEO de outras startups que ele tinha criado quando ele acabou virando CEO do Obsidian.

E é muito interessante ver isso, essas conexões que você só percebe depois.

Já falei sobre isso várias vezes nos meus artigos, em vídeos.

Como as coisas estão conectadas de uma forma que você nunca imagina.

Quando você chega no futuro e olha para trás, você fala, como é que isso pode ter?

Como é que essas ligações podem ter acontecido?

Então, essa é uma ligação que eu achei bem interessante.

E nessa conversa dele falar sobre como ele acabou se tornando CEO do Obsidian, ele falou uma coisa interessante que ele e o host do podcast sobre essa coisa de ter algo bom, funcional, mas não perfeito.

Porque se você…

Claro que perfeito não existe.

Minha opinião é essa.

Você vai sempre estar se aproximando do que seria perfeito.

E o perfeito muda.

A cada momento, as coisas mudam o tempo todo.

Então, o que era perfeito agora não vai ser perfeito daqui para frente.

Só uma parte aqui é algo que eu sempre digo para os meus alunos, meus clientes.

Nunca imagine que você vai ter um quadro do Trello, um Obsidian perfeito.

Não vai acontecer.

Você vai ter sempre ali…

Eu sempre digo 99% perfeito, mas agora acho que vou começar a falar 80% perfeito, que é mais realista.

Mas o que eles estavam dizendo é que se fosse perfeito, isso não estimularia a criatividade das pessoas e não existiria tantos plugins, tantos temas para o Obsidian.

Então, a perfeição que existe é muito mais uma perfeição funcional.

Ele até fala que eles estão redesenhando o aplicativo móvel e ele está assim…

Não quero fazer isso muito perfeito, porque senão vou restringir o que as pessoas podem criar, as ideias que as pessoas podem ter.

O que tem muito a ver com várias coisas que eu tenho compartilhado aqui nesse canal sobre essa situação de…

Falei sobre isso em um episódio recente do Roman Mars, falando sobre eficiência.

Muito eficiente, muito perfeito e acaba com a graça do mundo.

O atrito é necessário, a dificuldade é necessária para gerar criatividade.

Então, achei que isso tem, de certa forma, uma conexão.

Voltou a falar sobre o time do Obsidian, que é muito pequeno, a gente já sabe disso.

E depois, entre uma conversa e outra, surgiu essa coisa de novo dos links.

Ele tem essa visão que eu não partilho, dessa visão, mas eu acho uma visão muito interessante, sobre criar ideias sem existir uma nota.

Então, essa coisa de colocar os links igual uma página wiki, que é aqueles dois colchetes quadrados dos dois lados do que você quer criar, um link, é porque você pode escrever ali uma palavra ou um link que não existe.

E o link sem que a nota exista.

E aí, quando essa nota, quando essa ideia surgir no futuro, que é o que acontece na wikipédia, ele usa o exemplo da wikipédia, quando essa nota surgir no futuro, o link já vai estar ali.

Eu não partilho dessa ideia porque, eu não sei, primeiro eu não faço isso, eu não penso dessa forma, não é a minha forma de construir conteúdo, minha forma de construir conteúdo é muito nuclear, sempre tem uma nota para cada coisa.

Não tenho essas ligações todas entre notas, as minhas ligações são feitas via etiquetas ou propriedades, é muito mais um filtro do que links, conexões.

Mas, essa ideia dos links, que ele disse que foi difícil, que não usou difícil, mas que não existia, que era algo que alguns aplicativos têm hoje, acho que foi até o host que falou isso, o Run Research, alguns aplicativos já têm isso, e depois vários outros foram incluindo, o Evernote tem, o Backlink e tal.

Mas a ideia do Obsidian era essa, de você poder criar um link que não existe e quando a nota existir o link vai ser formado.

Eu não sei o que você pensa disso, eu acho isso um pouco demais, muito extrasensorial, se é que isso faz o menor sentido.

Mas eles ficaram conversando sobre essa coisa de link e aí eu lembrei daquele episódio, porque eles falaram do link, de como a internet foi planejada pelo Tim Barnes, eles mencionaram aquilo que eu mencionei há alguns episódios quando eu falei sobre redes sociais descentralizadas, essa ideia da internet ser uma coisa de duas vias.

E aí eu acho que eu entendi um pouco melhor, porque o conceito de internet de duas vias também estava ligado a embutir conteúdo de um site no outro.

Como é possível fazer no Obsidian?

Então se eu tenho uma nota no Obsidian, você vai pegar aquela nota, você pode pegar aquela nota e embutir dentro de uma outra nota, e se você mudar a nota original, aquela nota vai mudar na outra nota, onde ela está embutida, obviamente, porque ela está simplesmente embutida.

Que é como o Obsidian inteiro funciona, ele funciona dessa forma, uma coisa dentro da outra.

O que me faz pensar que anexos no Obsidian foi a coisa que foi mais difícil Desculpa, não sincronismo das suas próprias normas, mas sincronismo com outras pessoas trabalhando com você, conjuntas, trabalhando em conjunto, é um cofre compartilhado, ele tem vários problemas. Por exemplo, digamos que eu compartilho parte do meu cofre ou parte da minha estrutura com você.

Como o Obsidian é local primeiro, ele usa arquivos do computador, quem usa o Obsidian já percebeu isso, se você tentar usar o mesmo nome que já tem naquela pasta, ele não vai deixar, porque você não pode fazer isso no seu computador, se você tentar criar um arquivo com o mesmo nome, ele não deixa, já existe o arquivo, e o Obsidian é simplesmente a lista de arquivos que tem no seu computador. Então imagina a situação em que, primeiro tem o problema do sincronismo, tem que ter esse sincronismo constante, que é uma coisa que o Phil Libin do Evernote sempre reclamava da dificuldade de sincronizar, porque tem que estar quase em tempo real para uma coisa não conflitar com a outra. E depois, no caso do Obsidian ainda é pior, porque se eu criar um arquivo que tem o mesmo nome de um arquivo que você tem no seu computador e nós estamos compartilhando um cofre, o que é que vai acontecer? Eu falei uau, esse é um problema que eu nunca tinha pensado, um problema muito complicado de resolver. Conversa vai, conversa vem, eles acabaram chegando no Obsidian 5, o host falou que ele usava todos os serviços do Obsidian, eu cheguei a usar todos um tempo, usei o Sync, usei o Publish, agora eu não uso nenhum, eu paguei até o Catalyst, que é uma licença única para ajudar o Obsidian, porque eu não uso, não é porque eu não quero pagar, é porque não funciona mais para mim, o serviço não funciona mais para mim, o Sync, por exemplo, é muito básico. E nessa conversa eu até pensei em voltar para o Sync, só para sincronizar com o meu telefone, talvez eu faça isso, eu vou pensar numa estrutura e depois eu falo, chega de tangentes, né? Cada hora que eu desvio aqui o assunto, eu paro de falar sobre a conversa que existiu, e eu achando que esse episódio ia ser curto, sonha. Enfim, sincronismo, e aí eles falaram, por conta de sincronismo, chegou a hora que eles falaram sobre esses outros recursos que o Obsidian tem, um deles sendo o sincronismo, você pode pagar pelo sincronismo ou você pode usar o sincronismo de outras, mas ele falou, o Kipano falou que o Obsidian Sync, que é o sistema de sincronismo, serviço de sincronismo, existe por causa das grandes corporações e essa coisa que eu falo bastante aqui no podcast. Percebe como isso de conhecer a pessoa conhecer faz todo sentido, porque te dá um pouco mais de calma em relação ao futuro do aplicativo? Então ele disse que o Obsidian Sync existe porque a Apple tem o universo dela, o Google tem o universo dele, cada um tem seu universo, então se você tem aplicativos, se você tem dispositivos todos da Apple, usa o iCloud e tal, vai funcionar bem. E não necessariamente todos esses serviços são criptografados também. Agora, se você tem vários dispositivos diferentes, a coisa começa a ficar um pouco mais complicada, você começa a perder a possibilidade de sincronizar tudo isso, e aí o Obsidian Sync existe basicamente por conta de Big Tech, das grandes corporações criando essas ilhas, esses universos fechados. É o meu caso, eu uso um Mac, eu uso um Android, pretendo usar o Linux um dia, então ele permite que isso aconteça, e o sincronismo do Obsidian Sync é sincronismo de ponta a ponta. A Obsidian não consegue ver o arquivo, eles só te ajudam a sincronizar, fica na nuvem e essa nuvem sincroniza com os outros dispositivos, mas ele é criptografado de ponta a ponta, o que é muito diferente da maior parte dos serviços de nuvem. Depois no final, mais para o final, não foi bem antes do final, eles começaram a falar inclusive dos modelos de inteligência artificial, eu mencionei isso na outra conversa sobre o outro podcast em que ele participou, de que esses modelos estão lendo esses arquivos, que eles estão muito bons em ler Markdown, e se isso tivesse tudo solto, aberto, obviamente os modelos iam ser treinados. Eu tenho para mim que cada vez mais, de novo, não quero acusar ninguém, mas é muito difícil imaginar que esses modelos não estão usando, mesmo dizendo que não estão usando coisas para treinar os modelos, eles estão treinando em quê?

Como é que eles estão fazendo?

Como?

Se eles não estão usando as nossas coisas?

Eu não sei, eu nem quero entrar nesse mérito, mas enfim, os modelos leem bem Markdown, entendem bem Markdown, e eu sei, e depois que ele começou a falar sobre isso no outro podcast, quando eu começo a falar com o Gemini, que eu peço para ele ajustar algum texto, alguma coisa que é, como chama, ortografia, alguma coisa que eu errei, verificar a ortografia, especialmente em inglês, se eu escrevi certo, se a gramática está ok, eu peço sempre para ele me mostrar o exemplo, as correções em Markdown, porque eu quero que esse Markdown eu possa colar no Obsidian e ver o que ele corrigiu, para ver se eu concordo com as correções que ele fez. Que, aliás, é outra coisa, nem sempre as correções fazem sentido, até gramaticalmente ele comete alguns erros, se com o pouco inglês que eu usei, eu consigo capturar erros gramaticais, imagine as outras coisas, os outros erros que ele comete, mas é raro, é raro, deixa eu ser bem honesto aqui, mas acontece. Mas enfim, eu comecei a pedir isso, e ele agora entrega, a maior parte das vezes, as coisas para mim já em Markdown, ele mostra direitinho e eu consigo copiar e colar aquilo, então realmente ele tem essa compreensão muito profunda, que frase que não faz o menor sentido para IA, mas acho que você entendeu, do Markdown, está na raiz da estrutura. E aí, se você tem suas coisas online, e essas coisas estão em Markdown, num servidor qualquer, sei lá onde, sem estarem criptografadas de ponta a ponta, os modelos vão estar lendo e usando provavelmente, vamos usar a palavra provavelmente pelo menos por enquanto. Depois teve uma outra parte, que acho que eles estavam falando de marcenaria ou cozinha, sei lá, e aí chegaram na história do Japão, e essa parte eu anotei aqui, para compartilhar no podcast, porque o que o Pano disse é que teve esse aumento gigantesco, tem tido um aumento gigantesco de gente do Japão usando Obsidian nos fóruns, em todo lugar, ele tem visto cada vez mais pessoas do Japão. E aí, ele não falou sobre isso, eu é que estou falando, eu fiquei pensando sobre essa situação do Evernote, eu lembro do Phil Libin, até na entrevista que o Phil Libin me deu, que eu conversei com ele, eu perguntei por que ele achava que o Japão usava tanto o Evernote na época, e ele não soube dizer, mas enfim, o Evernote era muito usado por japoneses, e com toda essa história do Evernote, toda essa confusão que aconteceu, a compra e as mudanças, o preço, tanto o IA dentro do Evernote, pensei, será que são pessoas que usavam o Evernote, que ele era muito usado lá, não conheço mais estatísticas, já tem mais de um ano, eu acho que eu não estou envolvido com o time do Evernote, então, será que são essas pessoas que saíram do Evernote, que estão saindo do Evernote e estão indo para outras coisas, é claro também, mas será que esse impulso que ele vê, essa quantidade de gente que ele viu vindo para o Obsidian, será que eles vieram do Evernote? Talvez, muitas vezes eu vejo online pessoas em blogs, posts, falando sobre esse processo de migração pelo qual eles estão passando saindo do Evernote e indo para o Obsidian. Depois teve uma conversa sobre IA, mais uma vez é claro, e aí ele mencionou que apesar dele pessoalmente, que ele vem fazendo várias experiências com código usando IA, eu também, estou me sentindo agora um desenvolvedor, meu time, a minha equipe é o Gemini, eu sou gestor de projetos, mas enfim, longe de conseguir programar coisas tão sofisticadas, ele disse que tem feito várias experiências, e foi uma conversa interessante sobre IA, sobre essas possibilidades que programar usando IA vai abrir, ele falou sobre isso dele imaginar um mundo em que tem várias pequenas iniciativas, várias pequenas empresas criando coisas, em vez de ter que ter todo esse volume de usuários, investimentos pesados de investidores, essa coisa toda que a gente vive hoje, é um mundo que me parece mais interessante, pequenos focos, pequenas unidades trabalhando numa ideia, num projeto, que é mais ou menos o que o Obsidian, o Obsidian é grande, mas é mais ou menos o que o Obsidian tem, uma equipe pequena de desenvolvedores, é um aplicativo que não rastreia ninguém, que não sabe nada, ele repetidas vezes falando, a gente não sabe nem quantas pessoas usam o aplicativo, quantas pessoas tem, porque nós não rastreamos nada, enfim, essa conversa toda sobre IA foi muito interessante, mas aí ele disse que apesar dele usar o aplicativo, usar IA para os aplicativos dele pessoalmente, o Obsidian até o momento é todo escrito por humanos, o que eu achei interessante também