Picasso

    First, explain what it is, then make it look nice

    Picasso once said, Inspiration exists, but it has to find you working. In other words, one must be doing it — putting itself into the zone — to finally find the solution.

    This is evident in Picasso’s museum in Málaga, Claude Monet’s house and garden in Giverny, or Van Gogh’s museum in Amsterdam, where you can see these master’s art in a chronological order, starting from the beginning of their careers.

    It’s been a while since I’ve published anything on my blog, but this doesn’t mean I’m not writing. On the contrary, I’ve been incessantly working on my book. But that, on the other hand, doesn’t imply that I’ve made a lot of progress. In reality, it was only today, after starting the third draft, that I was finally happy with the book format.

    In addition to Picasso’s mantra, what helped me find my way was a strategy I use when I can’t figure out a solution. What frequently helps is to first explain what it is, then make it look nice. Ironically, that doesn’t seem like it applies to understanding art.

    Anyway, when I restarted the book for the third time, I did it from the middle, explaining what the Containers of Information are. It was then that I gradually began noticing that parts of it connected to many things I had already written in the two previous drafts, which I started repurposing.

    Another strategy I tried was to use Obsidian Canvas to create a simple diagram of how the book should be structured. That’s what you see at the beginning of this video, but that was also a first draft. I moved those boxes around a lot and created new ones until I finally found the structure I was looking for.

    Some people might see it as working twice or three times, as it was in this case, but if that means a book structured in a way that’s easier to understand, I’m fine with it. Furthermore, the parts that have already been written are being put to good use in a different order in this new version, which leaves me with a mystery to solve: how could authors do it with typewriters or, before that, pen and paper?

    Those were the real geniuses.

    ✍️ PS. If you are not familiar with the Containers of Information concept, you can learn more about it by watching the first part of the video below. Even if you are not an Obsidian user.


    Mudar é preciso!

    Abra novas portas e o inesperado pode acabar transformando sua vida.

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    Já percebeu que quando viajamos e descobrimos coisas novas, há uma tendência para repetirmos experiências que gostamos à medida que a viagem vai chegando ao fim? A ciência explica. Como o tempo é escasso, repetir algo que foi bom é a garantia de que usaremos os últimos dias ou últimos momentos com algo que já sabemos que é agradável.

    No limite, o mesmo raciocínio pode ser levado para nossas vidas. Quanto mais velhos vamos ficando, menos queremos experimentar o novo porque temos menos tempo de vida e cada vez teremos menos tempo e, consequentemente, mais vontade de fazer as coisas que já conhecemos e que sabemos que nos agradarão. Em outras palavras, a busca pelo novo é substituída pelo prazer do já conhecido. Os autores Brian Christian e Tom Griffiths, explicam isso de uma forma bem interessante:

    Quando seu avô compartilha com você quais restaurantes são os melhores, é importante ouvir porque presume-se que são anos e anos de experiências diferentes. Por outro lado, se ele vai sempre ao mesmo restaurante todos os dias e no mesmo horário, o melhor a fazer é ignorar a sugestão e buscar outras alternativas”.

    Confesso que é muito difícil lutar contra essa força que nos acomoda, mas há algum tempo tenho tentado manter meus olhos abertos para experimentar o novo, porque é das novas experiências que podem vir surpresas maravilhosas. Segundo Frans Johansson é também de onde vem a criatividade e a chance de encontrarmos algo que mudará por completo um negócio, o trabalho ou mesmo nossa vida.

    Alguns eram jovens demais e outros nem lembram daquele momento, mas quando Steve Jobs subiu ao palco e demonstrou o iPhone pela primeira vez, ele disse haver o risco de uma outra empresa ter uma ideia inovadora e tomar o mercado de tocadores de MP3, naquela época dominado pela empresa com a consagração do iPod. Portanto, o melhor dos mundos seria a própria Apple roubar de si mesma aquele posto.

    A história mostra que o iPhone mudou radicalmente a empresa, mas hoje já se sabe que o projeto representou um enorme risco. Se algo tivesse dado errado ou se o telefone fosse um fracasso de vendas, a estratégia poderia ter levado a Apple à falência. Não há como saber se o resultado será satisfatório, mas essa semana a Apple mostrou mais uma vez que está disposta a mudar para sobreviver e o que vimos foi uma guinada completa no foco da empresa.

    Mudar é sempre um risco. Podemos terminar piores do que começamos, mas há um outro lado. Como diria Picasso, “inspiração existe, mas ela precisa te encontrar trabalhando”. Em outras palavras, quanto mais experimentamos, mais oportunidades abrimos para o novo. E quem já teve a oportunidade de ver as primeiras obras de Picasso, Van Gogh, Monet etc. percebe claramente a mudança de estilo.

    Desde muito jovem venho sendo exposto a mudanças de endereço, que trouxeram mudanças radicais na minha vida, na escola, amigos etc., mas não acredito que experimentar e mudar sejam atitudes naturais para o ser humano. Não sei se é possível se habituar a algo assim. Ao menos no meu caso, continua sendo difícil. Até hoje sinto o mesmo receio que, acredito, todos sentimos.

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    Sou filho de um pesquisador e por conta do trabalho do meu pai e do que experimentei vivendo com ele, já morei em diversas cidades no Brasil como Rio de Janeiro, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasília e algumas vezes em Boston. Fui inclusive alfabetizado primeiro em inglês e depois em português.

    Às vezes fico tentando imaginar como devem ser as loucas conexões no meu cérebro. Enfim, por um capricho do destino, ou, quem sabe, profecia auto realizável, casei com uma pesquisadora e depois de adulto vivi em Santiago no Chile, novamente em Boston e desde abril de 2018 estamos morando no Porto, em Portugal.

    A propósito, minha esposa é nutricionista e pós-doutorada e extremamente empenhada na melhoria da qualidade de vida das pessoas. Ela compartilha muito contudo a respeito de alimentação saudávelsaúde física e mental com ajuda do Yoga. Dê uma espiada no trabalho dela e no Canal do YouTube. Tenho certeza de que haverá algo lá que fará bem para sua vida.

    Mudar para outro país não é simples. Ao contrário, é preciso reaprender muitas, muitas coisas novas. Felizmente, já passei por isso algumas vezes. Mas ainda assim é desafiador. Por outro lado, parando para pensar, por menor que seja, nenhuma mudança é fácil.

    O ser humano parece não gostar de experimentar o novo e menos ainda de mudar. É algo que sempre traz desconforto. Porém, o que percebi ao longo dos anos é que com planejamento há como reduzir os riscos de terminarmos piores do que começamos e ainda aproveitar os potenciais benefícios do novo. Mas cuidado, não fique planejando para sempre. Dar o primeiro passo é fundamental. Na pior das hipóteses, você aprenderá algo e nunca se sabe quando aquilo será útil.

    Tenho uma pós-graduação em Relações Internacionais com foco em dissuasão nuclear. Inacreditável, não e mesmo? Foi algo a que me dediquei por quase dois anos porque adoro política internacional e provavelmente por ter crescido no meio da Guerra Fria acabei estabelecendo uma conexão com o tema nuclear.

    O lado mais inacreditável da história em realidade é que acabei trabalhando em um dos mais longos projetos da minha vida profissional porque necessitavam de alguém com conhecimentos de gestão, TI e alguma formação na área de Relações Internacionais. E quem me sugeriu aplicar para o trabalho foi a esposa de alguém que conheci quase 10 anos antes, quando morei na cidade de São Paulo. Ficou curioso? Contei a história toda e em detalhes neste episódio do podcast.

    Coisas deste tipo acontecem comigo o tempo todo. É muito difícil perceber em tempo real o que novas experiências e suas conexões nos trarão no futuro. Simplesmente porque são conexões totalmente inesperadas. É praticamente impossível prever. Portanto, simplesmente faça. O resultado provavelmente virá na forma mais inesperada possível.

    Enfim, lute contra nossa natureza e mude qualquer coisa na sua vida. Experimente algo diferente, por menor que seja. O resultado pode ser surpreendente.

    Picasso que o diga!